Algumas sociedades africanas formaram grandes reinos, como o Egito, O Mali, Songai, Oió, Axante e Daomé. Outras eram agrupamentos muito pequenos de pessoas que caçavam e coletavam o suficiente para o sustento da família e do grupo. Mas, todas, das mais simples às mais complexas, se organizaram a partir da fidelidade ao chefe, das relações de parentesco e do conhecimento dos mais velhos e dos ancestrais.
Nas aldeias, que eram a forma mais comum de os grupos se organizarem, havia algumas famílias, cada um com o seu chefe, sendo todos subordinados ao chefe da aldeia. Ele era o responsável pela definição das regras que deveriam ser seguidas por todos, pela distribuição de terras, pelo bem estar e pela segurança. Em muitos casos, as suas decisões eram tomadas em conjunto com outros líderes da aldeia ou por um conselho que o auxiliava em diversos assuntos, inclusive aqueles ligados ao sobrenatural: como os espíritos da natureza, os antepassados mortos e heróis míticos que muitos consideravam fundadores de suas sociedades.
Estas famílias africanas baseavam-se em estruturas sociais de etnia e parentesco, onde o mais velho controlava os meios de produção e o acesso as mulheres, concentrando, assim, o poder político. Alem disso, não havia distinção de classes dentro desta sociedade, a separação era executada de acordo com as faixas etárias, sendo os mais novos completamente dependentes da ajuda dos mais velhos para sobreviver.
Desta forma podemos entender que a sociedade africana era baseada na gerontocracia, ou seja, o poder estava nas mãos dos mais velhos.
Além disto, elas poderiam ser matrilineares (África centro-ocidental), onde somente a ascendência maternal é considerada, ou poderia ser patrilinear (África Ocidental) onde só o parentesco paterno é considerado.
Em uma sociedade onde o poder está baseado no parentesco, quanto mais parentes, dependentes, agregados, escravos e filhos este chefe tiver, maior será seu poder, desta forma o papel feminino dentro deste panorama é de suma importância, pois além da reprodução e aumento populacional, estas mulheres também eram responsáveis pela produção de grãos e viveres.
Neste contexto os casamentos eram primordiais, sendo geralmente arranjados, requerendo pagamento à família da mulher. Isto poderia ser bom para o pai da noiva que poderia adquirir certa riqueza e dependendo do caso melhorar sua posição social. Já para o noivo e para a família a qual se pretendia o casamento, poderiam firmar novos laços de parentesco com outras famílias e aumentar seu poder. Não obstante, depois que um casamento respeitável estivesse estabelecido, um homem podia procurar esposas adicionais e concubinas, pois esta sociedade era poligâmica.
Nestas sociedades a incorporação de pessoas que não pertencessem ao grupo também era muito forte, por exemplo, os escravos não eram considerados mercadorias, mas sim pessoas da família, responsável por algumas atividades de importância para todo o grupo e poderiam ser incorporadas pelo casamento ou simplesmente pela sua importância para o grupo.
A POLIGAMIA Poder casar com várias mulheres era sinal de prestígio: quanto mais poderoso um chefe, mais mulheres ele tinha. E isso valia tanto para as regiões islamizadas, como para as que mantinham as tradições locais. Entre os mulçumanos os modelos dos haréns, que reuniam todas as mulheres do sultão, a maioria delas escravas, deve ter influenciado os grandes chefes africanos. Para um homem receber uma mulher, tinha de dar a sua família um dote, como se assim estivesse comprando daquele grupo a capacidade de trabalho e de reprodução de um de seus membros. Para os europeus que se relacionavam com as sociedades africanas, a poligamia era algo a ser combatido, ligado a formas de vida atrasadas e condenado pela religião. Para os africanos, quanto mais mulheres pudessem ter, mais amplos seriam os laços de solidariedade e fidelidade, pois os casamentos garantiam alianças entre os grupos. E aquele que possuísse muitas mulheres, além de ter laços com diversas linhagens, teria uma descendência maior, nascida de suas várias mulheres. Quanto mais pessoas um chefe tivesse sob sua dependência e proteção, mais sólida seria sua posição e maior o seu prestígio. O poder era medido, acima de tudo, pela quantidade de pessoas subordinadas a um chefe. |
.
.
Várias aldeias podiam estar articuladas umas com as outras, formando uma confederação de aldeias, que prestava obediência a um conselho de chefes. As confederações eram formas de organização social e política mais amplas do que as aldeias, que envolviam mais pessoas, mas nas quais não havia um chefe com autoridade sobre todos os outros.
Com o passar dos anos, algumas dessas sociedades construíram cidades e, algumas delas, passaram a centralizar o controle da administração, da justiça, as atividades comerciais, a defesa e a força militar, a oferta de alimentos e até mesmo a expansão territorial de algumas regiões. Uma sociedade com uma capital, na qual morava um chefe maior, com autoridade sobre todos os outros chefes, chamamos de reino, que era uma forma de organização social e política mais complexa do que as aldeias e confederações de aldeias.
Além das aldeias, das confederações, dos reinos e dos grupos nômades (que podiam tanto ser pastores do deserto como coletores e caçadores das florestas), havia sociedades organizadas em cidades, mas que não chegavam a formar um reino.
Essas cidades geralmente eram cercadas, fosse de paliçadas, fosse de muros feitos de terra. Também eram centros de comércio onde diferentes rotas se encontravam.
Por trás dos muros funcionavam os mercados, moravam os comerciantes e os vários chefes, que tinham diferentes atribuições e viviam em torno do rei.
Este morava em construções maiores que todas as outras e com decoração especial cercados de suas mulheres, dependentes, funcionários, colaboradores e soldados. Artesãos se agrupavam conforme suas atividades: os que fiavam, tingiam e teciam o algodão e a lã, os que fundiam ferro, faziam armas e utensílios de trabalho, os que faziam jóias, potes de cerâmica, esteiras de palha, bolsas de couro e arreios.
Nos arredores das cidades viviam agricultores e pastores que abasteciam de alimento os moradores e também os que estavam de passagem.
BIBLIOGRAFIA
DREGUER, Ricardo ; TOLEDO, Eliete. História cotidiano e mentalidades: contatos entre civilizações do século V ao XVI, 6ª série. São Paulo: Atual, 1995. 161 p.
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. Ed. Ática, São Paulo, 2006
grio é um cara que relatava o que ele ouvia dos seus antepassados
ResponderExcluirnao tem muitas enformaçoes que eu queria mas fazer o que!
ResponderExcluirPois é
ExcluirPrecisou de mais complemento, mas obrigada! :)
ResponderExcluiresse conteudo e muito chato pois tive que copiar tudo isso
ResponderExcluirnão gostei porque é muito grande ,mas mesmo assim,Obrigada!
ResponderExcluirentao nao copia se nao gostou]
Excluirnão gostei porque é muito grande ,mas mesmo assim,Obrigada!
ResponderExcluir01
ResponderExcluirDE ACORDO COM O TEXTO,QUAL ERA A CARACTERÍSTICA COMUM DE TODAS AS SOCIEDADES AFRICANAS?
ResponderExcluirSinto que você não irá obter resposta alguma vinda dos autores deste artigo. Utilize o Google Acadêmico da próxima vez.
ExcluirParabéns pele trabalho. Utilizo estas informações em minhas aulas de História da Africa Antiga.
ResponderExcluir