sexta-feira, 15 de julho de 2011

Artes e culturas no continente africano: diversidade e pluralidade


Colégio de Aplicação/UFSC
Turma: 8º “C” Data: 14/07/11
Professora: Cristiane A. Fontana Grümm.
Estagiário: Suellen de Souza Lemonje

Texto nº 6


Artes e culturas no continente africano: diversidade e pluralidade


Você sabia que o continente africano possui grande variedade de culturas, caracterizadas, cada uma delas, por um idioma próprio, tradições e formas artísticas diferentes?

Você se lembra também que o deserto do Saara atuou como uma barreira natural entre o norte da África e o restante do continente? Mas, com o passar do tempo alguns viajantes e comerciantes árabes e europeus desbravaram essas regiões para desenvolver o comércio?

Então, você deve imaginar que essas rotas de comércio que atravessavam a África desde a antiguidade contribuíram para que acontecessem muitas trocas culturais entre esses povos! Os registros históricos e artísticos demonstram indícios e confirmam uma série de influências dos islâmicos e alguns europeus que foram incorporadas na cultura tradicional da África (como a religião muçulmana e o cristianismo).

Podemos identificar atualmente, na região sul do Saara, características da arte islâmica, assim como formas arquitetônicas de influência norte-africana. Pesquisas arqueológicas demonstram uma forte influência cultural e artística do Egito Antigo nas civilizações africanas do sul do Saara. Mas nosso objetivo, nesse texto, é falar sobre a cultura tradicional das diversas Áfricas, e convidamos você a participar desse estudo em outras sociedades!!!

 
       As artes Africanas

As artes africanas são uma expressão da riqueza da história dos diferentes povos que habitam esse enorme continente.

O conjunto de seus mitos e crenças reflete-se nas suas manifestações artísticas e possuem diferentes significados.

 Os temas retratados nas obras de arte remetem ao cotidiano, a religião e aos aspectos naturais da região onde é representado. Desta forma, os africanos esculpiam e pintavam mitos, animais da floresta, cenas das tradições dos ancestrais, personagens do cotidiano, entre outros. Ou seja, essas obras representavam os usos e costumes das tribos africanas.

Seus objetos eram desenvolvidos para serem utilizados, ligado ao culto dos antepassados, profundamente voltados ao espírito religioso, característica marcante dos povos africanos.

Os africanos acreditavam que o homem precisava respeitar a natureza, a vida e os outros homens para que não fossem punidos pelos espíritos com secas, enchentes, doenças, pestes, morte, etc. Não utilizavam textos e nem imagens para se basearem, mas faziam seus ritos a partir do conhecimento repassado através de gerações antigas.

As artes africanas da África Ocidental, como os diversos grupos culturais de Ashanti, Bambara, Yoruba, Mossi, Fang, Dan, Baule, Bakongo e Bakuba, são uma arte extremamente representativa, chama atenção pela sua forma e estética e os simples objetos de uso diário utilizando diversos naturais.

Os materiais mais empregados são extraídos da natureza, como, a madeira, o ébano, o marfim, o barro, o bronze, cobre, e ouro.

Os africanos possuem diferentes formas de expressar a arte. A mais antiga é a pintura das paredes e as esculturas nas rochas. Estas formas se encontram no Saara, Sudão e no Leste e Sul da África e em maior medida, nas regiões tropicais.

Estas pinturas têm milhões de anos de antiguidade e tem um grande valor para interpretar a historia desses povos.

A cultura africana possui uma rica tradição artística representada por uma variedade de entalhos em madeira, trabalhos em bronze e couro. As artes africanas também incluem esculturas, pinturas, cerâmica, máscaras cerimoniais e vestimentas religiosas.

A cultura africana sempre deu ênfase na aparência das pessoas, e as jóias, colares, braceletes e anéis permaneceram como um acessório pessoal importante. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos.

Mas não podemos esquecer que na África, cada estátua, cada máscara, tem uma função estabelecida, e não eram expostas em vitrines, nem em conjunto, nem separadamente, como se vê nos museus.

Quanto à interpretação dessas obras, a tarefa é difícil, na medida em que não se conhece sua função, ou seja, o ritual para o qual foram concebidas.

Se até o século XV a costa Atlântica da África não teve nenhum contato com povos de fora do continente, a partir do século XVI passou a ser freqüentada regularmente por embarcações européias. A atuação desses estrangeiros no litoral iniciou um novo período, no qual aconteceram mudanças drásticas nas regiões que entraram em contato direto ou indireto com os africanos.

Muito do que sabemos de determinadas regiões, como Ifé e Benin, nos foi contado por cabeças e placas esculpidas e moldadas em metal, que datam do século XV e XVI, época em que os portugueses chegaram a essa região da África. Não se sabe como foram desenvolvidas as técnicas empregadas na feitura desses objetos, hoje em dia consideradas obras de arte de rara qualidade.

Mas, nesses primeiros contatos, os colonizadores nunca valorizaram essas peças, consideradas apenas curiosidade de um povo primitivo, infiel e exótico. No entanto, a maior parte das obras africanas encontra-se em museus do Ocidente, onde recentemente, em meados do século XX, tentou-se classificá-las provocando a distorção do sentido das obras.

O fato de os primeiros colonizadores terem subestimado essas culturas e considerado essas obras de curiosidade exótica, provocou um saque sem sentido na herança cultural desse continente.

Recentemente, no século XX, foi possível organizar as coleções dos museus europeus, graças à antropologia de campo e aos especialistas em arte africana. Infelizmente, muitos objetos ficaram sem classificação, não se conhecendo, assim, o seu lugar de origem ou simplesmente ignorando-se sua função.

Visitando os museus da Europa Ocidental é possível conhecer o maior acervo da arte antiga africana no mundo.

Você percebeu como é complicado interpretar e organizar essas peças que para nós são consideradas como obras de arte, mas para os africanos são objetos que faziam parte de suas crenças e práticas cotidianas? O nosso olhar está carregado de significados diferentes do sentido dado pelos habitantes desse continente... Precisamos de muito cuidado e cautela ao observá-los!!!




Máscaras


            As máscaras africanas não são apenas um objeto de arte, cada uma delas possui funções educativas, religiosas, militares, policiais ou econômicas. Vamos conhecer um pouco de suas funções?
            A utilização de máscaras em cerimônias africanas é uma prática comum há milhares de anos. Elas são de fundamental importância nos rituais de evocação de entidades espirituais e apresentam-se, também, como elementos de afirmação étnica, expondo características particulares de cada grupo.
Por este motivo, existe uma enorme diversidade de formas, modelos, técnicas de confecção e aplicações!!

Mas o que elas representam?

Para os africanos, a máscara representava um disfarce místico com o qual poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utilizá-las em benefício da comunidade.

Na África, antes de começar a esculpir uma máscara, ela passa por um processo de purificação, com reza aos espíritos ancestrais e às forças divinas. Tal prática faria com que a força divina fosse transferida para a máscara durante o processo de manufatura.
A máscara era criada com total liberdade, dispensando esboço e cumprindo sua função. As peças iam desde a representação de sua realidade à abstração completa, feita pelo seu criador.
São confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o material mais utilizado é a madeira. Para estabelecer a purificação e a ligação com a entidade sagrada, são modeladas em segredo na selva.

A máscara protege, capta a força vital, se completa com a vestimenta. Geralmente, sobressai a cabeça, como lugar onde reside a força vital. Sua função é reafirmar em intervalos regulares a verdade e a presença dos mitos na vida cotidiana.

Para quem a usa, a máscara o transforma em outro alguém diferente que pode ser um espírito ancestral ou um ser do outro mundo. Essa “transformação” só acontece em momentos especiais como: rituais e cerimônias de iniciação, quando crianças se preparam para tornarem-se adultos; nos enterros; nas coroações de chefes e reis; festas da colheita ou plantio; rituais de curas de doenças; expedições de caça ou de guerra; policiamento e cumprimento da justiça.

Ela inclui a roupa do mascarado e adereços que ele carrega. Mas ela só se torna uma máscara quando entra em ação, dançando a música dos tambores e outros instrumentos, enquanto a comunidade participa olhando, batendo palmas, cantando e estimulando.

Portanto, a máscara precisa ser entendida em seu contexto, dentro de sua realidade, para evitar julgamentos feitos a partir do nosso olhar ocidental. 

Estátuas



Para os africanos, as estátuas são a representação da encarnação dos antepassados. Você sabia que são autênticos símbolos que comunicam sua força à coletividade?
Geralmente eles são feitos com as cabeças muito desenvolvidas, por ser onde se encontra a energia espiritual, e com os umbigos em evidência, por ser o centro vital que une a mãe ao filho.

Você percebeu como tudo na cultura africana tem um significado?



Bibliografia

SERRANO, Carlos. WALDMAN, Mauricio. Memória D’África: A temática africana em sala de aula. São Paulo: Cortez, 2010.

SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. Ed. Atica, São Paulo, 2006

Fontes eletrônicas

Disponível em <http://artedafrica.blogspot.com/2009/12/arte-africana.html> Acessado em 11 jul 2011.

Disponível em <http://www.brasilescola.com/cultura/cultura-africana.htm>Acessado em 11 jul 2011.

Disponível em <http://humanase.blogspot.com/> Acessado em 11 jul 2011.

Disponível em <www.meusestudos.com>  Acessado em 10 jul 2011.

Disponível em <http://rerida.blogspot.com/p/mascaras-africanas.html> Acessado em 11 jul 2011.

Disponível em <http://vanguardasvt.blogspot.com/2009/10/arte-africana.html>  Acessado em 11 jul 2011.



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